Cidades na Bahia têm clima de deserto e população sofre com temperaturas acima dos 40ºC

26 de setembro de 2023

Moradores de dezenas de cidades da Bahia têm sofrido com as altas temperaturas, que chegam a passar dos 40ºC.

Com umidade relativa do ar variando entre 10 e 20%, os municípios estão com clima considerado desértico,

que é prejudicial ao corpo humano, segundo a Organização Mundial da Saúde.

As cidades ficam concentradas principalmente no oeste baiano.

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) registrou máximas de 42ºC em municípios como Morpará, Barra, Ibotirama e Brejolândia – onde a umidade do ar chegou em 10%.

Esse índice de umidade é menor do que a média encontrada no Deserto do Saara, que corta 10 países africanos.

Nele, a umidade relativa do ar fica em torno de 12%. Em contrapartida, o percentual de 10% é semelhante ao do Deserto de Atacama, no Chile.

Em Muquém de São Francisco a temperatura também chegou a 42ºC, com umidade em 15%. O mesmo percentual foi registrado em Barreiras, onde os termômetros marcaram 41ºC – temperatura que se repetiu em Wanderley, Angical e Bom Jesus da Lapa, que tiveram índice de umidade em 20%.

Também com umidade em 15%, a cidade de Formosa do Rio Preto atingiu 40ºC de máxima. Esse índice é comparável ao Deserto de Gobi, que corta a China e a Mongólia, com o mesmo percentual, e o Deserto de Sonora, entre os Estados Unidos e o México, com umidade de 14%.

 As altas temperaturas aliadas à baixa umidade do ar são um perigo real à saúde. Além de causar desconforto nos olhos, boca, nariz e pele, também podem levar a danos mais graves e até mesmo irreversíveis, como a desidratação, insolação, aumento da frequência cardíaca, diminui a circulação sanguínea para o coraçãoe até causar infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVCs).

Imagem: courtneyk (iStock)

Para evitar prejuízos à saúde:

  •  Beba bastante líquido e evite álcool e café, pois desidratam;
  •  Evite atividades físicas intensas e ao ar livre;
  •  Evite exposição ao sol nas horas mais quentes do dia. Se for inevitável, improvise um guarda-chuva para sair a céu aberto;
  •  Use protetor solar, inclusive em casa;
  •  Aplique hidratante para pele e umidifique o ambiente – baldes de água espalhados pela casa ajudam;
  •  Prefira roupas leves e folgadas;
  • Opte por ficar em locais frescos e ventilados.

 

 Em caso de sintomas como tontura, náusea ou dor de cabeça, busque um local fresco e tente repousar.

Caso os sintomas persistam, procure atendimento médico.

Públicos específicos estão mais propensos a sofrer problemas relacionados ao calor. São eles:

Idosos: eles têm uma menor capacidade de suar, que é o mecanismo usado pelo corpo para se resfriar.

Além disso, os idosos também estão mais suscetíveis à desidratação, porque têm

um percentual menor quantidade de água no corpo.

Bebês e crianças: os pequenos têm o metabolismo mais acelerado, ou seja: produzem mais calor. Além disso, o sistema de controle de temperatura corporal das crianças é menos desenvolvido do que o dos adultos.

Pessoas doentes ou debilitadas: enfermidades como diabetes, doenças cardíacas ou pulmonares podem prejudicar a capacidade do corpo de regular a temperatura.

Não são só os seres humanos que sofrem com as altas temperaturas. Animais também podem ser muito afetados e sofrer com sintomas semelhantes às pessoas, como desidratação, problemas cardiorrespiratórios, exaustão e até mesmo queimaduras – principalmente nas patas.

Alguns animais, como cachorros, gatos, cavalos, bois e porcos são mais suscetíveis aos efeitos das altas temperaturas do que outros.

Por isso, é importante tomar alguns cuidados, como:

  • Oferecer água fresca e limpa com frequência;
  •  Dispor gelo no pote de água para os animais se refrescarem;
  •  Evitar passeios em dias muito quentes;
  •  Oferecer sombra e ventilação;
  •  Não deixe animais domésticos em carros estacionados.

Cuide-se!

Fonte: Por Itana Alencar, g1 BA