Rogério Campos

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Agosto Dourado 2024 – Reduzindo as desigualdades no apoio à amamentação

Crédito da Imagem: Shutterstock.com

“Reduzindo a lacuna: Apoio à amamentação para todos”. Esse é o tema de 2024 da SMAM, a Semana Mundial do Aleitamento Materno. Entre os objetivos da campanha está a ação para a redução das desigualdades da amamentação, com foco nos grupos vulneráveis.

O tema não poderia ser mais pertinente. Segundo a Organização Pan-americana de Saúde, a duração do aleitamento materno está positivamente associada à renda. Ou seja, em média, quanto mais renda a família tem, por mais tempo o bebê mama no peito. Quanto mais pobre é a família, por menos tempo o bebê recebe o leite materno.

Essa desigualdade é explicada por diversos fatores. Enquanto algumas empresas maiores estendem a licença maternidade para seis meses, milhares de mães estão na informalidade e sequer têm acesso aos 4 meses previstos na Constituição.

Se por um lado a falta de conhecimento ainda atrapalha, por outro, o excesso de desinformação confunde, compromete e engana. A Organização Mundial da Saúde divulgou um relatório revelando que fabricantes de fórmulas infantis compram ou coletam informações pessoais de novas gestantes e mães para enviar-lhes promoções personalizadas de seus produtos, seja por redes sociais, influenciadores, aplicativos, etc. Tudo para vender fórmulas desnecessárias, causando a substituição do leite materno e, por consequência, prejudicando a saúde das crianças e o vínculo entre mãe e filho.

No Brasil, a Semana Mundial de Amamentação foi estendida para todo o mês de agosto, que ficou conhecido como Agosto Dourado. Há mais de 40 anos, voluntários incansáveis da Pastoral da Criança constroem janeiros, fevereiros, dezembros… todos dourados. A amamentação é um ponto crucial do trabalho da Pastoral, que informa, orienta, acompanha, levanta uma verdadeira rede de apoio ao redor de mães, em localidades onde muitas vezes o poder público não chega. Que a sociedade abrace essa causa na Semana de Amamentação, no Agosto Dourado e no ano todo.

A importância do aleitamento materno

     Por que o leite materno é tão recomendado?

Essa recomendação decorre por ser um alimento que ajuda no desenvolvimento e crescimento da criança, protegendo sua saúde. O leite materno é o alimento ideal para o seu bebê, pois supre todas as necessidades nutricionais até os seis meses de idade e depois será complementado com dieta saudável, mantendo o aleitamento até dois anos ou mais, se mãe e a criança assim o desejarem.

Quando o leite materno deve ser introduzido?

O bebê deve mamar logo após o nascimento. O leite dos primeiros dias após o parto é chamado de colostro e oferece grande proteção contra infecções. Dizemos que o colostro é a “primeira vacina” do bebê.

O leite materno precisa de reforços nutricionais?

Não! Por isso, mães fiquem atentas: não existe leite materno “fraco” ou “aguado”. A composição do leite materno fornece a água necessária para manter o seu filho hidratado. Mesmo em temperaturas ambientais elevadas está sempre fresco e se encontra na temperatura certa, prontinho para beber. Sua composição nutricional balanceada contribui para o crescimento e desenvolvimento adequado do seu filho.

Quais são os benefícios do uso do leite materno no desenvolvimento da criança?

 As vantagens são inúmeras. Dentre as principais destaca-se o fato de que a criança amamentada ao seio estará protegida contra alergias graves e infecções, fortalecendo-se com os anticorpos da mãe e evitando problemas como diarreias, pneumonias, otites e meningites. Além disso, a amamentação favorece o desenvolvimento dos ossos e fortalece os músculos da face, facilitando o desenvolvimento da fala, regulando a respiração e prevenindo problemas na dentição. E por poder receber o leite direto da mama e o contato pele a pele com sua mãe, em cada mamada, o toque da mão da criança na pele da mama e no rosto de sua mãe, a troca de olhares entre eles são alguns fatores que ajudam a fortalecer o vínculo mãe-filho.

Sim. Como exemplo, a amamentação é mais prática, mais econômica e evita o risco de contaminação que pode ocorrer no preparo de outros leites. Também merece destaque o fato comprovado de que o aleitamento materno cria um vínculo entre a mãe e o bebê, proporcionando maior união entre eles. Há estudos que também sugerem que as crianças amamentadas são mais tranquilas, inteligentes e mais felizes.

O aleitamento materno traz vantagens também para as mulheres?

Claro que sim. Além de ver seu filho se desenvolver de forma plena e saudável, a mãe que amamenta tem rápida volta do útero ao seu tamanho anterior, pois em cada mamada a liberação do hormônio oxitocina contrai o útero, reduz seu tamanho, diminui o sangramento e previne a anemia. Amamentar consome mais de 500 calorias /dia e a mãe retorna mais rapidamente ao seu peso habitual. A longo prazo reduz as chances de desenvolver diabetes e doenças cardiovasculares, como também a chance de ter câncer de mama e ovário. A mãe, que amamenta sente segurança, bem-estar, pois durante a amamentação ocorre liberação de endorfinas, que aumentam a sensação de prazer e felicidade para a mulher. Além disso, melhora sua autoestima, ao saber que seu bebê está saudável porque está recebendo o alimento ideal: O seu leite!

 

 

Fontes: pastoral da criança/ Sociedade Brasileira de Pediatria/ Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios