Wesley Avelar

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Jovem sofre cegueira temporária após beber gin com metanol em SP; amigo está em coma

Foto: Reprodução/ TV Globo

Uma noite de diversão em São Paulo terminou em tragédia para o estudante Diogo Marques. Depois de beber gin misturado com energético, ele acordou no dia seguinte sem conseguir enxergar. Exames confirmaram que o jovem havia ingerido metanol, substância altamente tóxica usada na indústria, e ele ficou internado por três dias.

“Acordei, abri os olhos e estava tudo preto, com uma dor de cabeça muito forte”, relatou ao Fantástico.

Apesar de ter se recuperado, Diogo contou que o episódio deixou marcas. “É assustador. Meu amigo está internado há um mês”, disse, ao se referir a Rafael, que está em coma desde 1º de setembro.

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A mãe de Rafael, a enfermeira Helena Martins, descreveu o estado de saúde do filho como irreversível. “Ele está respirando pelo ventilador, não tem fluxo sanguíneo cerebral. Segundo a medicina, é irreversível.”

A bebida teria sido adquirida em uma adega da região, onde a polícia já apreendeu garrafas de gin para análise. Até agora, não foi esclarecida a origem da contaminação.

O metanol, quando ingerido, pode provocar cegueira, convulsões, falência de órgãos e até morte. Casos parecidos vêm sendo registrados em outras cidades paulistas. Segundo a Vigilância Sanitária estadual e o Centro de Investigação Toxicológica da Unicamp, já são 16 notificações, com seis confirmações de intoxicação e três mortes.

Outros relatos reforçam a gravidade do problema. Rhadarani Domingos contou ao Fantástico, por chamada de vídeo, que ficou cega após beber três caipirinhas em uma festa. A irmã, Lalita, disse que ela chegou a convulsionar na UTI e precisou ser intubada. “A expectativa é que a gente consiga algum tratamento para que ela volte a enxergar.”

Médicos orientam a procurar ajuda imediata diante de sintomas como alterações na visão, náuseas, vômitos, dores intensas ou convulsões, especialmente após consumir bebidas de procedência duvidosa.

O Ministério da Justiça divulgou nota alertando que os casos recentes ocorreram em ambientes sociais, envolvendo diferentes tipos de bebidas, como gin, uísque e vodca. A recomendação é para que bares e estabelecimentos redobrem os cuidados na checagem da origem dos produtos.

Familiares das vítimas pedem respostas. “É um crime o que estão fazendo. Hoje é meu filho, amanhã não sei quem pode ser”, desabafou Helena.

A Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo informou que monitora a fiscalização em bares e distribuidoras e reforçou que apenas bebidas legalizadas, com selo fiscal e lacre, devem ser consumidas. Já o governo federal classificou os casos como inéditos no estado e ressaltou que a ingestão de metanol pode gerar surtos graves, com alta taxa de mortalidade, exigindo resposta imediata das autoridades.

Fonte: portalleodias