
No Dia Nacional de Combate ao Câncer, um estudo da Fundação do Câncer aponta que mais de 60% dos casos de câncer colorretal são diagnosticados em estágios avançados da doença. De acordo com o Ministério da Saúde, cerca de 45 mil novos casos devem ser diagnosticados este ano no país.

Alfredo Scaff, coordenador do estudo e consultor médico da Fundação do Câncer, explica fatores que podem estar levando a este diagnóstico tardio.
“Ainda não temos um programa de rastreamento populacional estruturado. A maioria das pessoas só faz exames quando aparecem os sintomas. Por exemplo, no câncer colorretal, dor abdominal, perda de peso, obstrução intestinal, são sintomas já avançados da doença”.
O estudo da Fundação do Câncer identifica uma relação entre tabagismo, obesidade, e incidência do câncer colorretal, apontando para a necessidade de melhores hábitos de vida na prevenção à doença. Alfredo Scaff fala sobre essa relação.
“Este estudo epidemiológico, embora não demonstre causalidade, mostra uma relação muito clara entre o tabagismo, a obesidade e a maior incidência de câncer colorretal. Isso reforça a necessidade da prevenção do câncer na nossa sociedade. No caso do tabagismo, o Brasil já avançou muito, mas é preciso intensificar a fiscalização, aumentar os impostos, fazer campanhas contínuas e combater o vape entre os jovens”.
A publicação mostra ainda que quase metade dos casos registrados no país está concentrada na região Sudeste e que quase 86% dos pacientes tem 50 anos ou mais. O especialista sugere caminhos para esse grande número de registros comece a cair.
“A comunicação precisa destacar os sinais de alerta, incentivar a procura pela colonoscopia ou testes de sangue oculto nas fezes e reforçar que o câncer colorretal tem cura quando detectado precocemente”.
Para o estudo, a Fundação considerou dados dos Registros Hospitalares de Câncer do Brasil, referentes ao período de 2013 a 2022.
Fonte: agenciabrasil